Mangá - Zetman Vol 1

Recém lançado no Brasil pela JBC, Zetman é, para mim, uma das melhores obras de Masakazu Katsura (se não a melhor), assim como o lançamento que eu mais aguardava. Em formato pequeno, mas com mais de 250 páginas, a série contará com 20 volumes.


Tive contato com as obras de Masakazu Katsura pela primeira vez com Video Girl Ai, mangá lançado na primeira leva de estreia dos mangás no Brasil, depois de Samurai X e Sakura Card Captors. Na época eu não manjava muito de mangás e animes, sendo fã de séries que passavam apenas na tv, como Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco. Porém quando editoras começaram a lançar diversos títulos por aqui, eu fui atrás de todos. Video Girl Ai era bem diferente do que eu estava acostumado.


Com o tempo, fui pesquisando mais sobre o autor e conhecendo suas obras. Nos eventos de anime, eu sempre ia atrás de mangás em japonês dos meus autores favoritos, e nessas eu acabei conhecendo Zetman. Na verdade era um tankobon que compilava vários One-shots de Katsura, mas Zetman foi usado como obra de destaque.


Mesmo sem entender japonês direito, eu folheava o mangá impressionado com tamanha dedicação aos detalhes e traço fino do mangaká, que me chamou muito a atenção por causa do realismo. Claro, a forma com que Katsura gostava de mostrar o corpo feminino (exageradamente) ajudou o jovem-eu a gostar mais de suas obras, porém em Zetman o foco aqui era outro.

Logo pela capa pode-se notar uma certa semelhança com um heroi famoso da DC. Katsura nunca escondeu o fato de que é fã de quadrinhos e que adora Batman, então Zetman pode ser considerado seu tributo ao homem-morcego. Porém as semelhanças podem ser resumidas à sua aparência e sua sede de justiça.


No primeiro volume lançado recentemente no Brasil, temos o inicio da saga de Jin, um garoto de rua que vive com seu avô e é bem treinado na arte de se virar sozinho, ser gentil e ao mesmo tempo defender aqueles que

precisam de ajuda. São 12 capítulos contando o passado do protagonista, tendo como introdução belíssimas páginas coloridas e de alta qualidade mostrando Zetman encurralado por um homem de sobretudo branco, antes de a série recapitular 13 anos antes o seu passado.

Durante os capítulos é notável que a arte de Katsura evoluiu muito desde que comecei a ler suas obras em Video Girl Ai. O traço é mais fino e reto, porém mais detalhista e sombrio. O tema não é mais colegiais e problemas amorosos, mas sim uma sociedade podre e experimentos genéticos em seres humanos. Aqui é mostrado o passado de Jin e sua relação com seu avô e tutor, enquanto uma série de mortes acontecem aleatóriamente na cidade onde ele vive em que pessoas estão sendo cortadas em pedaços sem nenhum suspeito em vista.


Jin precisa de dinheiro, mesmo sem saber o que fazer com isso, e se oferece para ajudar estranhos em troca de grana. Em uma de suas empreitadas ele conhece a jovem stripper Sakura que o ajuda quando seu avô está com problemas. No decorrer da história, Jin é obrigado a aprender a lidar com seus sentimentos e como se portar em uma sociedade civilizada, já que ele é um menino de rua que nunca foi criado em um ambiente familiar. Os problemas começam quando o tal do assassino em série aparece e cruza com Jin e seu avô.


Além das habilidades incríveis no desenho, Katsura consegue fazer uma história que comove ao mesmo tempo que envolve o leitor com a narrativa. Ao final do primeiro volume, as coisas acabam relativamente bem, mas sempre com uma consequência dramática. E foi exatamente esse toque mais dramático que fez com que Zetman se tornasse uma leitura obrigatória. Estamos saturados de mangás fofinhos e "kawai-desu". Zetman é genial exatamente por trazer realismo e uma atmosfera mais sombria, botando as séries atuais no chinelo.


A obra foi lançada em Junho e o segundo volume já está agendado para sair em breve! A JBC já divulgou a capa do segundo volume e estou aguardando ansiosamente para continuar a acpmpanhar essa obra prima!

Quem quiser conhecer antes de comprar, pode ler o preview do mangá aqui: LINK

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