Não faz muito tempo que tive interesse nas obras de Alan Moore. Acho que o primeiro contato que tive com suas obras foi em formato de filme. Não vou lembrar exatamente qual, mas eu sabia que os filmes eram baseados em alguma obra em quadrinho. Não dei muita importância na época. Mas foi apenas recentemente que suas obras voltaram a chamar minha atenção.
Como estive em contato com algumas de suas obras "por acidente", como a Saga do Monstro do Pântano e V de Vingança, comecei a vasculhar mais sobre suas criações passadas. Foi então que encontrei por acaso essa maravilha chamada "The League of Extraordinary Gentlemen" em versão Omnibus na amazon.com.br!
Meu conhecimento prévio da série era bem escasso, restringido apenas ao filme que foi lançado em 2003. Na época, quando o filme saiu, eu até que gostei da trama. Quase que uma liga da justiça da era vitoriana em que protagonistas de diversas histórias se juntam para combater uma organização do mal. Mas foi só após ler os quadrinhos que aprendi que na verdade não existe Dorian Grey e Tom Sawyer na equipe e que estes foram inseridos apenas para a versão de cinema. Uma pena, pois Dorian foi um dos personagens que mais achei legal no filme.
Mas tudo bem, a versão original em quadrinhos não deixa a desejar nem um pouco. Acho que o que mais chama a atenção é a arte, que foi assumida pelo desenhista Kevin O'Neill. Foram seus traços e cores que deu a essa saga de Moore o charme necessário para que gerasse meu interesse. Claro, a narrativa criada por Moore também tem seu mérito, afinal ele foi o pai de grandes criações, até mesmo de Constantine, que teve seus primeiros passos na Saga do Monstro do Pântano.
Porém aqui a história é mais "pesada". Moore não segura a mão quando se trata de contar histórias sobre coisas bizarras e eventos alternativos. E como se trata de uma junção de diversas sagas diferentes, ele consegue explorar bem alguns detalhes.
A liga é composta por alguns membros bastante conhecidos no mundo da literatura: Mina Harker, ex-esposa de Dracula e oriunda da obra de Bram Stocker, Allan Quatermain, grande explorador e herói inglês, Capitão Nemo, da famosa obra de Jules Verne, As 20.000 Léguas Submarinas, o terrível Dr. Jekyll e seu alter-ego Mr. Hyde, da obra O Médico e o Monstro, e o Homem Invisível, Hawley Griffin, da obra homônima de H. G. Wells.
Outras grandes personagens também fazem parte do elenco, em papeis secundários, como Campion Bond (Espião da inteligência secreta britânica), Professor Moriarty (arquinimigo de Sherlock Holmes), entre outros. Mas as referências á literatura clássica não param por aí!
Essa edição Omnibus resume os dois capítulos iniciais da série. A primeira parte conta a origem do grupo e seus membros, cada um sendo recrutado por Mina. Desde o resgate de Quatermain dos confins de Marrocos, onde ele está se afundando no vício em ópio, até a França, onde prostitutas estão sendo massacradas por algum ser estranho. Talvez a parte cômica da história seja o Homem Invisível, que se aproveita de seus "poderes" para se divertir em uma escola (um pouco deturpada) para garotas. O grupo então é reunido para investigar uma organização que está a procura de um minério estranho que supostamente seria usado para criar uma arma contra o império britânico.
Já o segundo capítulo vai mais longe, literalmente, começando
em um planeta conhecido de nosso sistema solar: marte. É de lá que saem algumas máquinas e criaturas bizarras que invadem a terra e ameaçam a raça humana. Um enredo conhecido, não? Pois é exatamente da obra "Guerra dos Mundos" que estamos falando. Quem já viu o filme ou leu o livro sabe do que se trata ou como as criaturas são combatidas. Mas aqui temos uma versão alternativa que envolve a recém-formada liga e um doutor bastante peculiar, que também já passou por algumas obras, Dr. Moreau. Famoso por seus experimentos de modificação genética em animais para transformá-los em seres quase-humanos, Moreau vai auxiliar a liga contra esses novos invasores do espaço. Além de terem que lidar com um traidor entre eles.
Pois é, dá pra notar que o quadrinho é bastante diferente da versão cinematográfica. O mais interessante é que Moore se esforçou muito para que esse passado alternativo fosse autêntico à época vitoriana que se passou. Digo isso pois além da incrível arte de O'Neill, temos diversos extras que vão além dos quadrinhos. Por exemplo, existem contos e passagens ilustradas como se fossem um jornal da época, incluindo até mesmo propagandas de objetos e serviços da época. A linguagem utilizada tanto na obra quanto nesses extras, são bastante semelhantes às que existiram. Obviamente que há uma fantasiada aqui e ali, mas tudo adiciona um charme ao pacote.
São muitas as histórias que são contadas em texto e parágrafo. Confesso ainda não ter lido tudo, pois meu interesse ao ler a história era terminar logo e ver o desfecho da trama. Mas ainda vou parar para analisar friamente e ler todas as colagens de jornal e suas matérias fantásticas. Existe até mesmo um mini-tabuleiro no final que pode ser destacado e usado como um jogo normal, em que você precisa apenas de um dado e peças para representar seu personagem! É muita viagem. Aliás, é bem a cara de Alan Moore.
Esse é um daqueles quadrinhos que, ao terminar de ler, você quer ler mais. Felizmente esses dois capítulos não são o fim da série. Ainda foram publicados mais alguns volumes que dão continuidade a alguns personagens. Nessa edição a história se passa em 1898, mas suas continuações variam entre diversas épocas, como os anos 1910, 1969 e 2009, representados na saga "Centuries" e também uma trama um pouco mais atual na edição "Black Dossier". Além desses, Nemo ganhou uma série própria em três volumes, que inclusive o primeiro acabou de ser lançado no Brasil pela Panini! Aliás, acho que todos os volumes da série foram lançados no Brasil, com exceção do "Black Dossier" e os volumes seguintes da saga de Nemo. O jeito é caçar por eles em Sebos ou lojas especializadas.
(Para mais informações sobre versões e mais fotos, o blog desse colecionador é indispensável! O cara simplesmente possui todas as versões mais fantásticas lançadas da série!)
Como estive em contato com algumas de suas obras "por acidente", como a Saga do Monstro do Pântano e V de Vingança, comecei a vasculhar mais sobre suas criações passadas. Foi então que encontrei por acaso essa maravilha chamada "The League of Extraordinary Gentlemen" em versão Omnibus na amazon.com.br!
Meu conhecimento prévio da série era bem escasso, restringido apenas ao filme que foi lançado em 2003. Na época, quando o filme saiu, eu até que gostei da trama. Quase que uma liga da justiça da era vitoriana em que protagonistas de diversas histórias se juntam para combater uma organização do mal. Mas foi só após ler os quadrinhos que aprendi que na verdade não existe Dorian Grey e Tom Sawyer na equipe e que estes foram inseridos apenas para a versão de cinema. Uma pena, pois Dorian foi um dos personagens que mais achei legal no filme.
Mas tudo bem, a versão original em quadrinhos não deixa a desejar nem um pouco. Acho que o que mais chama a atenção é a arte, que foi assumida pelo desenhista Kevin O'Neill. Foram seus traços e cores que deu a essa saga de Moore o charme necessário para que gerasse meu interesse. Claro, a narrativa criada por Moore também tem seu mérito, afinal ele foi o pai de grandes criações, até mesmo de Constantine, que teve seus primeiros passos na Saga do Monstro do Pântano.
Porém aqui a história é mais "pesada". Moore não segura a mão quando se trata de contar histórias sobre coisas bizarras e eventos alternativos. E como se trata de uma junção de diversas sagas diferentes, ele consegue explorar bem alguns detalhes.
A liga é composta por alguns membros bastante conhecidos no mundo da literatura: Mina Harker, ex-esposa de Dracula e oriunda da obra de Bram Stocker, Allan Quatermain, grande explorador e herói inglês, Capitão Nemo, da famosa obra de Jules Verne, As 20.000 Léguas Submarinas, o terrível Dr. Jekyll e seu alter-ego Mr. Hyde, da obra O Médico e o Monstro, e o Homem Invisível, Hawley Griffin, da obra homônima de H. G. Wells.
Outras grandes personagens também fazem parte do elenco, em papeis secundários, como Campion Bond (Espião da inteligência secreta britânica), Professor Moriarty (arquinimigo de Sherlock Holmes), entre outros. Mas as referências á literatura clássica não param por aí!
Já o segundo capítulo vai mais longe, literalmente, começando
em um planeta conhecido de nosso sistema solar: marte. É de lá que saem algumas máquinas e criaturas bizarras que invadem a terra e ameaçam a raça humana. Um enredo conhecido, não? Pois é exatamente da obra "Guerra dos Mundos" que estamos falando. Quem já viu o filme ou leu o livro sabe do que se trata ou como as criaturas são combatidas. Mas aqui temos uma versão alternativa que envolve a recém-formada liga e um doutor bastante peculiar, que também já passou por algumas obras, Dr. Moreau. Famoso por seus experimentos de modificação genética em animais para transformá-los em seres quase-humanos, Moreau vai auxiliar a liga contra esses novos invasores do espaço. Além de terem que lidar com um traidor entre eles.
Pois é, dá pra notar que o quadrinho é bastante diferente da versão cinematográfica. O mais interessante é que Moore se esforçou muito para que esse passado alternativo fosse autêntico à época vitoriana que se passou. Digo isso pois além da incrível arte de O'Neill, temos diversos extras que vão além dos quadrinhos. Por exemplo, existem contos e passagens ilustradas como se fossem um jornal da época, incluindo até mesmo propagandas de objetos e serviços da época. A linguagem utilizada tanto na obra quanto nesses extras, são bastante semelhantes às que existiram. Obviamente que há uma fantasiada aqui e ali, mas tudo adiciona um charme ao pacote.São muitas as histórias que são contadas em texto e parágrafo. Confesso ainda não ter lido tudo, pois meu interesse ao ler a história era terminar logo e ver o desfecho da trama. Mas ainda vou parar para analisar friamente e ler todas as colagens de jornal e suas matérias fantásticas. Existe até mesmo um mini-tabuleiro no final que pode ser destacado e usado como um jogo normal, em que você precisa apenas de um dado e peças para representar seu personagem! É muita viagem. Aliás, é bem a cara de Alan Moore.
Esse é um daqueles quadrinhos que, ao terminar de ler, você quer ler mais. Felizmente esses dois capítulos não são o fim da série. Ainda foram publicados mais alguns volumes que dão continuidade a alguns personagens. Nessa edição a história se passa em 1898, mas suas continuações variam entre diversas épocas, como os anos 1910, 1969 e 2009, representados na saga "Centuries" e também uma trama um pouco mais atual na edição "Black Dossier". Além desses, Nemo ganhou uma série própria em três volumes, que inclusive o primeiro acabou de ser lançado no Brasil pela Panini! Aliás, acho que todos os volumes da série foram lançados no Brasil, com exceção do "Black Dossier" e os volumes seguintes da saga de Nemo. O jeito é caçar por eles em Sebos ou lojas especializadas.(Para mais informações sobre versões e mais fotos, o blog desse colecionador é indispensável! O cara simplesmente possui todas as versões mais fantásticas lançadas da série!)
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